segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Convites Exposição

São 8 convites diferentes, bem ao modo Tide Hellmeister.


Vale colecionar

Exposição de Tide Hellmeister leva para a Grande Galeria a arte da colagem retratando gente comum

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta a exposição “Brava Gente”, do renomado artista plástico, ilustrador e designer gráfico paulista Tide Hellmeister, no dia 08 de setembro, com curadoria e produção de Cláudia Lopes.  A mostra apresenta 60 obras inéditas, sendo 58 pinturas e colagens acrílicas sobre papelão, da série Os Filhos de Deus, e duas tridimensionais.

A exposição “Brava Gente” revela a história dos personagens criados por Tide, a partir da observação do cotidiano de passageiros do metrô, do ônibus e dos passantes nas ruas. Sua coleção de personagens nasceu quando ele morava na Praça da árvore, em São Paulo, no percurso que fazia para ir trabalhar na região central da cidade. Depois, no estúdio, imaginava a vida de cada um e recortava, colava e pintava seus rostos: tristes, bondosos, malandros, egoístas, avaros, generosos, abatidos ou conformados.

As obras do notável artista, que faleceu em 2008, retratam pessoas que podem ser encontradas em qualquer grande cidade. Pedro, Cornélio, Júlio Prosa de Jesus, Domingos, Theófilo, Gherard, João, Benjamim, Eli Regina, Emílio, Nilo, Licurgo, Hipólito, entre outros personagens, têm data de nascimento e de morte, as duas únicas certezas que o homem possui. Na exposição, os trabalhos serão agrupados por personagens, documentando parte da trajetória do artista plástico, que era também ilustrador, pintor, desenhista e artista gráfico.

O público que for à Grande Galeria da CAIXA Cultural terá a oportunidade de conhecer o trabalho gráfico do artista, ouvir de forma inusitada histórias de dois personagens e ler as outras doze estórias. Também será presenteado com um livro que conta a vida de 14 personagens, projeto gráfico de Cláudio Rocha e André Hellmeister, além de um encarte interativo – você faz a sua capa. A mostra conta ainda com um vídeo de apresentação sobre a casa-ateliê do artista e outras obras, mostrando um acervo de mais de 5 mil trabalhos. Tudo isso, ao som de uma faixa do CD Colagem, composta por Marcelo Coelho, baseado nas obras de Tide Hellmeister.

Com patrocínio da Caixa Econômica Federal, a exposição “Brava Gente”, de Tide Hellmeister, fica em cartaz até o dia 11 de outubro. Após a temporada no Rio de Janeiro, segue para os espaços da CAIXA Cultural de Salvador, em 21 outubro, e de Brasília, em 09 de dezembro de 2009.

sábado, 29 de agosto de 2009

Brava Gente, um tributo de Tide Hellmeister

Certa vez perguntaram a Federico Fellini por que ele escolhia personagens e figurantes tão esdrúxulos para os seus filmes. Ele mesmo contou, em uma entrevista, quem fez a pergunta: uma senhora, dentro de um carro, usando um tapa-olho e com um mico no ombro.

Tide Hellmeister, um dos nossos mais importantes artistas, concordaria com Fellini, se lhe fizessem a mesma pergunta sobre os singulares personagens que compõem esta “Brava Gente”.
Somos todos nós, e de perto quem é “normal”?

Tide criou seus personagens a partir da observação do cotidiano, dos passageiros do metrô, do ônibus, dos caminhantes nas ruas. No estúdio, imaginava a história de cada um e recortava e colava e pintava seus rostos: tristes, bondosos, malandros, egoístas, avaros, generosos, abatidos, conformados, espertíssimos, tantos...

Todos com data de nascimento e de morte, as duas únicas certezas que a espécie humana
possui, e a história que construíram para preencher esses espaços.

Pessoas humanas, demasiadamente humanas: Pedro, Cornélio, Julio Prosa de Jesus, Domingos,
Theofilo, Gherard, Assumta, João, Benjamim, Eli Regina, Emilio, Nilo, Licurgo, Hipólito.

Pela primeira vez o homem da tesoura e do pincel, o artista gráfico que conquistou um lugar
único, o homem para quem “tudo é colagem”, o artista das tantas faces, que se dizia
“sem palavras”, usou da palavra: sentou e escreveu.

Montou o seu teatro com tesoura, papel, tinta e escrita, como sempre fez, aliás,
mas desta vez, escreveu histórias.

Todas impregnadas de compaixão pelo semelhante, pelo irmão, por essa Brava Gente brasileira que agora é apresentada ao público sob forma de arte de grande qualidade, como sempre foi sua produção.

Logo agora, que ele avisou: “fui ali e volto já”.
Nem precisa voltar, já que nunca partiu: a marca forte e bela de sua passagem sempre continuará entre nós.

Elizabeth Lorenzotti