terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Casinhas Tipográficas


Detalhes da exposição em Brasília






Entrevista com a Curadora Claudia Lopes

Trechos da entrevista feita por Naira Sales, Jornal do Comercio/Rio de Janeiro Caderno Artes.


Quando surgiu a ideia de levar a mostra Brava Gente pra Caixa?
Conheci o Tide por meio de um amigo, me encantei com seu trabalho, e quis conhecê-lo. A empatia se deu de imediato me encantei por todas as obras que estavam em sua casa. Seu apartamento é uma obra de arte a parte, Tide era encantador porque seu mundo era próprio. Conversamos sobre trabalhar juntos em seguida saiu o edital da Caixa, então num almoço, Tide era um grande cozinheiro, gostava das reuniões com as refeições, conheci o André Hellmeister, filho de Tide, e nossa conversa foi como seria interessante ter as histórias dos personagens narradas para que o público pudesse ouvi-las. Convidei o André para participar do projeto. Quando o Tide morreu convidei o André para dividir o projeto comigo então fizemos uma homenagem a este brilhante artista que é o Tide, digo é porque continua sendo.

Qual a proposta da mostra?
A exposição tem como primeiro objetivo mostrar o lado obscuro que Tide percebia nas pessoas, a trágica comédia que é a vida. Tide era compulsivo em suas criações produzia 50 0bras por dia, mas a série os Filhos de Deus não foi assim... Ele foi produzindo aos poucos tendo como inicio a década de 80 até dezembro de 2008. Um dos últimos personagens que o vi fazer foi o Corinthiano.

Como foi feita a escolha dos trabalhos?
Nosso trabalho foi difícil porque haviam muitas possibilidades, então decidimos eu, o André e o Paulo Vergolino (museólogo) que seriam colocadas 68 obras que se compusessem entre si. Formando ora famílias, ora grupos de políticos, ora gente do povo. Mas sempre buscando uma relação de parentesco entre eles. Todos são filhos do Tide porém alguns são primos, outros avôs, outros irmãos e assim por diante.

Como você definiria os trabalhos  do Tide?
Tide é um mago da imagem, seja com tintas, seja com colagens, em todos os trabalhos tem um pedacinho dele, mas em alguns está toda sua alma. Minha definição é que as obras são atemporais, independem de momento são simplesmente, participam de um mundo a parte.

Você destacaria alguma das obras?
Sim, temos uma obra que é pintura e também colagem é um homem de olhos verdes e vermelhos, que está ao lado de meu texto no catálogo, ele me remete a Clarisse Lispector, introspectivo, misterioso e extremamente denso. No aspecto pictórico as pinceladas precisas e insinuantes emergem do fundo escuro uma presença que quase se pode tocar e uma tristeza aflita que perpassa pelo belo byroniano. E a quebra de paradigma ao colar o próprio pano no qual limpava os pincéis na cabeça do personagem, tudo era tinta tudo era recorte, tudo era arte para Tide. Essa obra é uma das minhas paixões!

Assinatura


Decifrar a caligrafia de cada quadro
seria decifrar Tide Hellmeister. Mas
a mão do calígrafo esfriou no último dia
do mais cruel dos meses: dezembro.
Jamais saberemos o que escondia
o hieróglifo encerrado em si mesmo.
O que talvez explicasse
por que Tide nos desmembrava até os ossos
expondo as partículas de que somos feitos.
Pedaços de matéria orgnizados
para fazer sentido ou não fazer, essa colagem
que afinal é a vida e o ser humano.


Otoniel S. Pereira
(último dia, 2008)

Fui ali e volto já!

Trechos de palestra realizada dia 21 de julho de 2007, durante o 17º N Design em Florianópolis, SC. Homenagem ao Tide Hellmeister, que nos deixou no último dia de 2008.
Editado pelo Henrique Nardi da Tipocracia no começo do ano! www.tipocracia.com.br

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Abertura Exposição Brava Gente Brasília

Hoje, dia 08 de dezembro abertura da Exposição Brava Gente na Caixa Cultural em Brasília

Galerias Piccola I e II
SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA
Visitação: 9 de dezembro de 2009 a 17 de janeiro de 2010
Classificação etária: livre
Entrada franca